Goiás inicia atendimentos no Cora com 12 crianças e marca novo capítulo no tratamento público do câncer

O Complexo Oncológico de Referência do Estado (Cora), em Goiânia, começou a receber nesta segunda-feira (9/6) os primeiros pacientes da ala pediátrica. Doze crianças foram admitidas em um momento que o governador Ronaldo Caiado classificou como a concretização de um sonho. “Não tem nenhum hospital privado no país que dá as mesmas condições de atendimento e procedimentos que estamos dando às crianças, via SUS. Isso é inédito”, afirmou.

Com inauguração oficial prevista para julho, o Cora é o primeiro hospital público exclusivo para tratamento do câncer em Goiás. Inspirado no modelo do Hospital de Amor, em Barretos (SP), o complexo recebeu R$ 192,7 milhões em obras e R$ 63,2 milhões em equipamentos. Segundo o presidente da Fundação Pio XII, Henrique Prata, parte dos recursos será devolvida ao Tesouro estadual por sobras de receita.

A estrutura inaugurada nesta etapa inicial conta com 60 leitos, sendo 48 de internação e 12 de observação, além de quatro centros cirúrgicos, ambulatórios, pronto-socorro, UTIs e equipamentos de ponta, como ressonância magnética com inteligência artificial integrada ao centro cirúrgico. O custeio mensal da ala pediátrica será de R$ 6 milhões.

“Demoravam 15 ou 20 anos para se construir um hospital em Goiás. Esse foi feito em dois anos e um mês após a terraplanagem”, destacou Caiado, lembrando que o Estado levou mais tempo para conseguir o terreno junto à Embrapa do que para concluir a obra.

Os primeiros atendimentos já transformam a rotina de famílias goianas. Sofia Garcez, de quatro anos, que antes precisava viajar a Barretos para tratar um neuroblastoma, agora será acompanhada em Goiânia. Gael Benício Rocha, também de quatro anos, enfrentava longa distância desde Aparecida de Goiânia para seguir tratamento em São Paulo e foi um dos transferidos nesta segunda. Jhennifer Louise, de 12 anos, vinda de Goianésia, foi encaminhada com urgência e agora inicia seus exames no Cora.

Segundo o secretário adjunto de Saúde, Sergio Vencio, os pacientes estão sendo admitidos via regulação estadual, com apoio do Hospital de Amor. “Queremos acolher não só os transferidos, mas também pacientes recém-diagnosticados”, disse.

Com localização estratégica próxima à BR-153 e ao Aeroporto Santa Genoveva, o hospital ocupa área de mais de 177 mil m² e deve se consolidar como referência nacional em oncologia pública.