Série da Netflix reacende debate sobre bullying e reforça necessidade de ações nas escolas de Goiás

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A nova produção da Netflix, Adolescentes, tem chamado a atenção ao abordar um problema frequente entre jovens: o bullying. Com quatro episódios, a série gira em torno de um crime supostamente cometido por um adolescente de 13 anos, levantando questões sobre o quanto os pais realmente conhecem a vida de seus filhos. A trama retrata como a violência psicológica e física se manifesta tanto no ambiente escolar quanto no digital, tema que ganha relevância em Goiás, onde instituições de ensino reforçam a importância de medidas preventivas.

Dados do Instituto DataSenado revelam que 6,7 milhões de estudantes brasileiros sofreram bullying nos últimos 12 meses, reforçando a urgência de políticas que garantam um espaço escolar seguro. Em Goiânia, educadores destacam o papel das redes sociais no agravamento do problema. Felipe Cavichiolo, diretor do Colégio Integrado, alerta: “As redes sociais têm um impacto poderoso, pois as palavras e imagens publicadas ficam registradas de forma permanente. Precisamos educar os estudantes para que entendam as consequências de suas ações, tanto no ambiente físico quanto digital”.

Além de campanhas educativas, Cavichiolo ressalta a necessidade de uma abordagem contínua, que inclua observação das interações cotidianas entre os alunos. “A verdadeira conscientização acontece quando a escola está próxima dos alunos, observando suas ‘micro-relações’ – aqueles momentos discretos que podem evitar situações de bullying”, explica.

A diretora pedagógica do Colégio Externato São José, Tatiana, reforça que o desenvolvimento emocional dos jovens deve ser prioridade. “Quando os estudantes são convidados a refletir sobre sentimentos, autoestima e empatia, tornam-se mais conscientes dos impactos das redes sociais em sua saúde mental”, afirma. Pesquisas como a do Pew Research Center (2023) apontam que quase 60% dos adolescentes relatam ansiedade ou tristeza ligadas ao uso dessas plataformas.

No Brasil, a SaferNet indica que um em cada três jovens entre 13 e 17 anos já sofreu violência on-line. Diante disso, Tatiana defende que as escolas atuem como espaços de acolhimento. “Ao identificar sinais como isolamento ou queda no rendimento, é essencial acionar protocolos e envolver a equipe pedagógica”, diz. Segundo o IBGE (PeNSE, 2022), 35,6% dos alunos do 9º ano já passaram por situações de bullying.

Para a educadora, mais do que punir, é preciso promover diálogo e reconstruir vínculos. “A escola deve ser um ambiente seguro, e o educador, um agente ativo na construção de relações respeitosas”, conclui.

Fonte: Érica Caetano (Assessora de Imprensa)

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