Proibição da Vigilância Sanitária: Produtos estéticos relacionados a complicações em 6 mulheres são retirados do mercado

A Vigilância em Saúde (Suvisa) de Goiás determinou a interdição cautelar da distribuição e comercialização de dois produtos estéticos suspeitos de causar complicações em pelo menos seis mulheres. Entre as vítimas, quatro são de Goiás e duas do Paraná. Os casos estão sendo investigados pela Polícia Civil e as empresas que possuem esses produtos em seus estoques devem retê-los durante a vigência da resolução.
Os produtos em questão são o InduMAX Fluído Coloidal Dermo Ultraconcentrado Tonificante – UP Glúteos e o InduMAX Fluido Dermo Bioestimulador e Preenchedor Filler-CA Harmony. A determinação foi publicada em uma edição suplementar do Diário Oficial do Estado.

A delegada responsável pelo caso, Emília Podestà, informou que a proprietária da empresa CosmoBeauty afirmou durante o depoimento policial que os produtos possuíam registro e não eram responsáveis pelas complicações. Alegou ainda que o problema estava na técnica de aplicação utilizada pelas profissionais. No entanto, a delegada esclareceu que nenhum dos produtos mencionados possui registro e que a forma de aplicação é a mesma indicada na embalagem e ensinada pelas consultoras.
A polícia constatou que os dois produtos proibidos foram utilizados nos procedimentos estéticos investigados. Além das quatro mulheres em Goiás, foram identificadas duas pacientes no Paraná que também fizeram uso dos produtos.
Devido à semelhança e gravidade dos sintomas apresentados pelas mulheres, a instituição aguarda o laudo do Instituto Médico Legal (IML) para determinar a composição dos produtos e verificar se as substâncias presentes podem ser responsáveis pelos sintomas.
A Polícia Civil está investigando os casos relatados pelas pacientes que sofreram problemas de saúde após o uso dos produtos. Uma das vítimas, Betânia Lima Guarda, de 29 anos, teve embolia pulmonar e hemorragia no pulmão, precisando ser entubada na UTI. O ex-marido de Betânia informou que ela contratou um pacote que incluía a aplicação no rosto e no bumbum, e que os problemas ocorreram durante o procedimento no bumbum.
Durante as investigações, foram encontradas mais três vítimas. Uma delas, também residente em Aparecida de Goiânia, prestou depoimento por videochamada, pois estava internada, e relatou ter sofrido sete paradas cardíacas durante o período de internação.
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) defendeu que esses procedimentos sejam realizados apenas por médicos, pois são invasivos. As Sociedades de Especialidades em Dermatologia e Cirurgia Plástica também apoiam a realização desses procedimentos por profissionais médicos.