Governo de Goiás pretende reduzir em 5 vezes o tempo de espera para cirurgia eletiva

A Secretaria Estadual de Saúde anunciou nesta terça-feira (30), o lançamento do programa de cirurgias eletivas com o objetivo de reduzir a lista de espera no estado de Goiás. Atualmente, há 125.894 goianos aguardando por uma intervenção, com um tempo médio de espera de 765 dias.

Um investimento total de R$ 40 milhões foi destinado ao projeto, sendo metade dos recursos provenientes do governo federal e a outra metade do próprio Governo de Goiás. A expectativa é realizar 10 mil operações nesta primeira fase.
Diferentemente de outros estados, em Goiás, a lista de espera foi unificada com outros municípios para obter uma compreensão mais precisa da situação.
“Anteriormente, havia filas separadas para o estado, Goiânia, Rio Verde, Aparecida de Goiânia e Anápolis. Na verdade, os pacientes estavam distribuídos em duas ou três filas. Portanto, o primeiro passo foi unificá-las e disponibilizar um sistema em que todos os municípios possam colaborar para entendermos a real dimensão do nosso problema”, explica Luciano de Moura, subsecretário de Vigilância e Atenção Integral à Saúde da SES.
A SES prevê que 42 municípios goianos realizem as operações para toda a população, que serão realizadas em 68 hospitais privados conveniados ao Sistema Único de Saúde.
“Não vamos realizar esses procedimentos em hospitais municipais que já possuem suas cotas. Faremos em hospitais privados”, explica Sérgio Vencio, secretário estadual de saúde.
Nos próximos três meses, uma nova avaliação será realizada para verificar o funcionamento do projeto e determinar a necessidade de mais recursos do estado.
“Não é possível eliminar totalmente a lista de espera, pois novos pacientes continuam chegando, mas nossa expectativa é que eles não esperem mais do que quatro ou cinco meses para realizar a cirurgia eletiva”, detalha.
O programa de cirurgia eletiva foi lançado em Aparecida de Goiânia, onde mais de 1.200 pessoas aguardam por procedimentos nos hospitais, além de outras 450 pessoas na lista de regulação. O secretário municipal de saúde, Alessandro Magalhães, destaca que a cidade se preparou nos últimos meses para atender as demandas de outros municípios.
“Aparecida já vinha trabalhando com mutirões desde setembro. Isso permitiu uma redução de 50% na fila e possibilitou que recebêssemos pacientes de outros municípios”, explica.
Seu Luiz Ferreira de Andrade, de 30 anos, é um dos beneficiados pela cirurgia eletiva. Ele aguardava há três anos pelo procedimento para remover uma pedra na vesícula.
Residente de Senador Canedo, na região metropolitana, o aposentado recebeu um telefonema ontem informando sobre a liberação da cirurgia e compartilhou sua felicidade.
“Fui fazer um exame de rotina e como eu estava sentindo a dor ele pediu o ultrassom para saber o que estava acontecendo e constatou que era pedra na vesícula. Esses três anos esperando foi um período necessário por conta da pandemia, mas a espera é sempre ruim. A expectativa é fazer a cirurgia e ficar bom em nome de Jesus”, relata.