USP fará mapeamento das variações genéticas e doenças da população brasileira

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A Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Grupo Dasa de laboratórios, lançaram nesta terça-feira (10) o primeiro projeto de sequenciamento genético de abrangência nacional do País.

A pesquisa propõem  sequenciar o genoma de 15 mil brasileiros, participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa), os quais estão distribuídos nas 27 unidades da federação para, assim, entender melhor a ancestralidade brasileira e quais variações genéticas estão ligadas a características da população nacional, inclusive as doenças que prevalecem em nosso país. Os participantes, com idades entre 35 e 74 anos, vêm sendo acompanhados desde 2008 com exames e entrevistas sobre suas condições de saúde e hábitos.

O projeto, batizado de DNA do Brasil, será liderado pela pesquisadora Lygia da Veiga Pereira, professora titular de genética da USP. Ela diz que a ideia do estudo surgiu da observação da falta de diversidade dos dados genômicos existentes no mundo.

O projeto segue iniciativas similares desenvolvidas restante do mundo. Países como Inglaterra, Estados Unidos, Cingapura e Coreia do Sul têm investido no sequenciamento do genoma de parte da sua população justamente para saber as variações genéticas mais prevalentes.

Segundo a Lygia, conhecer as principais variações genéticas da população brasileira ajudará ainda na interpretação de testes genéticos. “É importante saber quais variantes são mais comuns para fazer uma análise mais precisa dos testes”, diz ela.

Para o diretor médico do Grupo Dasa, Gustavo Campana, esses dados podem auxiliar, inclusive, na predição de doenças. “Com os indicadores clínicos nós conseguimos estabelecer um score de risco para determinadas doenças e condições. Quando tivermos uma melhor arquitetura do genoma do brasileiro, poderemos utilizar isso para criar um score de risco poligênico e, assim, definir os grupos de maior risco e as ações direcionadas a eles”, afirma.

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