Trisal é preso em MG por escravizar vítimas LGBTQIA+: homem foi forçado a tatuar iniciais dos patrões

Uma operação conjunta do Ministério do Trabalho e Polícia Civil resultou na prisão de um trisal em Planura, Minas Gerais, acusados de manter duas pessoas em condições análogas à escravidão. As vítimas, um homem gay de 32 anos e uma mulher trans, foram resgatadas após denúncia anônima.
De acordo com as investigações, o trisal – composto por um contador de 57 anos, um professor de 40 e um administrador de 24 – aliciava pessoas da comunidade LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade através de redes sociais, prometendo empregos, moradia e cursos profissionalizantes. As vítimas, ambas de origem uruguaia, foram mantidas em cárcere privado e submetidas a exploração.
O homem foi forçado a tatuar as iniciais dos patrões e relata ter sofrido agressões durante anos, sendo obrigado a trabalhar como funcionário doméstico. A mulher trans, por sua vez, foi explorada por seis meses e sofreu um AVC, possivelmente em decorrência dos abusos e do estresse.
A operação, batizada de “Novo Amanhã”, apreendeu diversos dispositivos eletrônicos que pertenciam aos suspeitos, como pen drives, telefones e computadores. O caso veio à tona após uma denúncia recebida pelo Disque 100, que relatava “sinais de trabalho forçado, cárcere privado, exploração sexual, agressões físicas e psicológicas, além de extorsão e isolamento social”.
Os acusados foram autuados por tráfico de pessoas para fins de trabalho em condição análoga à escravidão e encaminhados para a Penitenciária Professor Aluízio Ignácio de Oliveira, em Uberaba. Eles responderão por “violações sistemáticas de direitos humanos, incluindo trabalho forçado, cárcere privado, exploração sexual e violência física e psicológica”.
Com informações de Mais Goiás