Gêmeas siamesas unidas pelo tórax e abdômen são transferidas para Goiânia para avaliação de cirurgia de separação.

As gêmeas siamesas Yasmin Vitória e Eliza Vitória, nascidas no dia 9 de abril em Manaus, Amazonas, foram transferidas para Goiânia e agora estão sob os cuidados intensivos do Hospital da Criança e do Adolescente (Hecad). Unidas pelo tórax e abdômen, as bebês passarão por uma série de avaliações completas nos próximos 30 dias para determinar as possibilidades de separação.
O renomado cirurgião pediátrico Dr. Zacharias Calil, especialista em casos raros como este, liderará a equipe médica. Com mais de 25 anos de experiência e 22 cirurgias de separação de siameses em seu currículo, Calil enfatiza a complexidade da situação das meninas, classificadas como “toracoonfalópagas”, unidas pelo tórax e abdômen, com potencial compartilhamento de órgãos.
“Somente os exames nos dará as respostas sobre a possibilidade de separação, qual será o prazo para o ganho de pele das gêmeas e se elas têm condições de receber expansores de pele e se haverá pele suficiente para a cirurgia”, declarou o cirurgião, ressaltando a importância dos próximos exames para o planejamento cirúrgico.
A transferência para Goiânia foi viabilizada após um acompanhamento intensivo da Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas (SES-AM), que prestou apoio integral à família desde o pré-natal. A mãe das gêmeas, Elizandra da Costa, natural de Monte Alegre (PA), optou por realizar o pré-natal em Manaus, buscando o acompanhamento especializado da maternidade Nazira Daou, referência em gestações de alto risco.
Antes da transferência, Yasmin e Eliza foram submetidas a uma extensa bateria de exames na Fundação Hospital do Coração Francisca Mendes, com a participação de uma equipe multidisciplinar de cerca de 50 profissionais. A SES-AM organizou o traslado por meio do programa de Tratamento Fora de Domicílio (TFD), garantindo o transporte aéreo em UTI com equipe médica especializada, além da presença da mãe e da avó das gêmeas. Desde o nascimento, mais de 100 profissionais da rede estadual de saúde do Amazonas estão envolvidos no acompanhamento do caso.