Detran-GO identifica mais de mil fraudes em transferências de veículos na unidade de Formosa
Foto: Google Maps
Uma auditoria interna realizada pelo Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) revelou um esquema de fraudes envolvendo servidores da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Formosa, cidade localizada no Entorno do Distrito Federal. A investigação identificou ao menos 1.169 processos com indícios de irregularidades graves, incluindo a transferência indevida de veículos registrados em nome de pessoas já falecidas.
De acordo com o presidente do Detran-GO, Delegado Waldir, a ação resultou de um trabalho do Núcleo de Inteligência da autarquia, que analisou documentos emitidos entre 2022 e 2024. Entre as fraudes constatadas estão ausências de documentos obrigatórios — como procurações, contratos sociais e reconhecimentos de firma — além de CRVs danificados, recibos adulterados e substituições de motor sem a devida documentação.
“O que vimos foi enriquecimento ilícito. As taxas oficiais não eram pagas, os valores eram recebidos em dinheiro por fora por servidores”, afirmou o presidente.
Dos quatro servidores lotados na unidade, três são suspeitos de envolvimento direto nas irregularidades. Uma das investigadas, que pediu exoneração ao início da operação, teria sido responsável por 723 processos fraudulentos. Outra servidora, já falecida, aparece como responsável por 302 processos irregulares. Juntas, elas concentram quase 88% dos casos identificados.
A investigação também aponta que 175 processos desapareceram da unidade, levantando a suspeita de ocultação de provas. Há ainda indícios de envolvimento de despachantes, cartórios e empresas de revenda de veículos no esquema.
Mais de 40 transferências de veículos foram feitas em nome de pessoas mortas, sem a abertura de inventário. Também foram detectados registros com chassi adulterado, recibos sem firma reconhecida e documentação incompleta.
O Detran-GO afirma que já afastou servidores envolvidos e segue adotando medidas rigorosas em todo o estado. “Já retiramos mais de 100 servidores — comissionados e efetivos — por desvios de conduta. E continuaremos agindo com rigor”, reforçou o Delegado Waldir. Segundo ele, os servidores investigados têm as senhas de acesso suspensas, salários bloqueados e, quando necessário, são colocados à disposição das autoridades policiais.
