Brasil: Censo Escolar 2024: Cresce matrícula em tempo integral e educação profissional, mas pré-escola estagna

© José Cruz/Agência Brasil
Os dados do Censo Escolar 2024, divulgados nesta quarta-feira (9) pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apontam avanços significativos na educação básica em Goiás e no país. O levantamento mostra que as matrículas em escolas públicas de tempo integral saltaram de 18,2% em 2022 para 22,9% em 2024, enquanto o ensino profissional e tecnológico teve um aumento 2,4 vezes maior que em 2023.
O ministro Camilo Santana destacou que a gestão federal tem priorizado a educação básica, que engloba desde a educação infantil até o ensino médio, incluindo modalidades como ensino regular, especial, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e profissional.
“Em relação à educação básica, nunca o Ministério da Educação teve um olhar tão forte para a educação básica nesse país. O Ministério sempre olhou muito mais para questão da educação superior, da nossa universidade, dos institutos federais, nós estamos tendo um olhar especial, mas para isso deve ser construído com os entes federados”, afirmou.
Educação básica em números
Em 2024, o país registrou 47,1 milhões de matrículas em 179,3 mil escolas públicas e privadas, uma queda de 0,4% em relação ao ano anterior. A rede pública teve redução de mais de 380 mil vagas. Quase metade dos estudantes (49,1%) está em redes municipais, sendo que 31,7% dos municípios brasileiros possuem até cinco escolas.
Carlos Eduardo Moreno, diretor de Estatísticas Educacionais do Inep, ressaltou a importância da cooperação entre União, estados e municípios:
“É essencial para dar conta do desafio do atendimento dessa população, sobretudo porque são os municípios o elo mais fraco dessa corrente. O apoio a eles, quer seja do estado ou da União, é essencial para garantir as condições necessárias para o desenvolvimento da educação no território.”
Crescimento nas creches, mas estagnação na pré-escola
As matrículas em creches continuaram em expansão, passando de 3,41 milhões em 2021 para 4,38 milhões em 2024. No entanto, a pré-escola, etapa que deve ser universalizada, apresentou estabilidade, frustrando as expectativas do MEC.
“A nossa expectativa era de que essa matrícula continuasse crescendo [pós-pandemia]. Mas, ela fica estável”, disse Moreno. Estados como Piauí (-3,3%) e Distrito Federal (-2,4%) tiveram quedas, enquanto Roraima (4,6%) e Amapá (4,9%) registraram aumento.
Ensino específico para comunidades tradicionais
O censo também revelou que 294,2 mil estudantes estão em escolas indígenas, 279 mil em comunidades quilombolas e 398,2 mil em áreas de assentamento.
“Temos comunidades que precisam de atenção específica, tendo em vista as suas características do território e é bom a gente garantir que essas comunidades tenham as mesmas condições educacionais do ponto de vista de infraestrutura”, completou o técnico do Inep.
O Censo Escolar é a principal fonte de dados para políticas educacionais e valores repassados pelo governo federal. As informações servem ainda para avaliar resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
Fonte e Fotos: Agência Brasil