56% dos brasileiros reprovam anistia a condenados pelo 8 de janeiro, mostra pesquisa Quaest

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Uma pesquisa realizada pelo Instituto Quaest, divulgada nesta quarta-feira (24), aponta que 56% dos brasileiros são contra a anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram sedes dos Três Poderes em Brasília. Apenas 33% apoiam o perdão, enquanto 11% não souberam responder.

O levantamento, encomendado pelo Portal Genial/Quaest, ouviu 2.084 pessoas entre os dias 19 e 22 de abril em todas as regiões do país. Segundo os dados, a rejeição à anistia é maioria em todas as faixas etárias, classes sociais e níveis de escolaridade, além de ser predominante tanto entre eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (80% contra) quanto entre os apoiadores de Bolsonaro (42%).

A resistência ao perdão também se destaca regionalmente, com as maiores taxas de desaprovação no Nordeste (62%) e no Norte/Centro-Oeste (58%). No Sudeste, 55% são contrários, enquanto no Sul o índice é de 50%.

Entre os entrevistados que afirmaram ter acompanhado “muito” os desdobramentos do caso, 68% rejeitam a anistia. Felipe Nunes, CEO da Quaest, destacou que “a opinião pública se consolidou de forma contundente contra a proposta”.

O tema voltou à discussão após o deputado bolsonarista Marcel Van Hattem (PP-RS) apresentar um projeto de lei no início de abril pedindo o perdão para os envolvidos nos ataques. Atualmente, mais de 1.400 pessoas estão sendo processadas, e cerca de 140 já foram condenadas.

A pesquisa ainda avaliou a percepção sobre a condução das investigações: 52% consideram a Justiça “parcial”, contra 42% que a veem como “correta”. A desconfiança é maior entre os bolsonaristas (78%) e menor entre os lulistas (67% a favor das ações judiciais).

Para Nunes, os números revelam uma polarização, mas com forte resistência ao esquecimento dos crimes. “Mesmo quem votou em Bolsonaro está dividido, quase empatado, sobre o tema”, ressaltou. A margem de erro é de 2,1 pontos percentuais.

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